Olá, tudo bein?
Hoje eu vou falar um pouco dessa delícia de experiência que é a entrevista de emprego. A vida de algumas pessoas se resume em: nascer, crescer, namorar, trabalhar, casar, reproduzir, envelhecer e morrer. Já a minha é: nascer, crescer, ficar desempregada, não namorar, continuar desempregada, envelhecer (senão morrer com tantas infecções de garganta antes) aí no final morrer. Mas bola pra frente!!!! Enfim, né. Me ligaram semana passa pra duas entrevistas de emprego. A primeira eu me lembrava que tinha mandado currículo, a segunda eu não entendi o nome da empresa e fiquei com vergonha de perguntar pro moço ( KK), então dei a cara a tapa e fui no carão fazer.
No começo teve o drama de escolher a roupa. Sempre tem. Gritando com a mãe: VOCÊ NÃO COMPRA ROUPA PRA MIM, MULHER!!! etc. Aí que no maior calor a anta aqui escolheu uma blusa preta de manga, então tá, né. Tive que ir de ônibus pra aquele lugar from hell chamado shopping, mas não foi um ônibus qualquer, foi aquele ônibus especialmente lotado, com gente se empurrando e não dividindo o pau pra mais de duas pessoas segurarem ( HÃÃÃ Q ). Eu fui caindo, a maquiagem bonitinha que eu fiz meio que derreteu e aí eu pensei: realmente, preciso de um emprego. Fui de princesinha do pop a popozuda do funk. Que fase. CHEGUEI NO SHOPPING CHEGANDO E PENSANDO " É HOJE ", é hoje que eu me fodo, Brasil. Olha, preciso dizer que eu sou muito ansiosa, mesmo. Eu sou tímida de primeira, só me solto aos poucos com as pessoas, mas depois que eu me solto me segura. Minha timidez não impede minha comunicação, mas dependendo do dia que eu levei anteriormente, eu acordo estranha e querendo meio que me esconder do mundo. Naquele dia eu tava assim, ainda mais porque era um território novo. Não é drama, vão tomarem no cu quem achar. Problemas psicológicos on, mas é a vida, meu jeitinho. Enfim... A mocinha me chamou, fui me cagando, ela era bem baixinha e novinha tipo eu. Falava " você vai estar fazendo" e por aí vai, mas era legal. Começou com aquelas perguntas clichês, MENTI TUDO, AFF. Não vão descobrir meu verdadeiro eu com aquilo e se eu respondesse a verdade seria assim:
1- O que você gosta de fazer nas horas vagas?
R- Ver série e dormir metade do dia.
2- Quais são seus defeitos?
R- Eu disse ansiosa( ai não achei outra coisa...), competitiva demais. KKKKK. A mentira, cago forte se a pessoa passar na minha frente em certas coisas, desculpa, Brasil. Eu deveria ter falado preguiçosa, tosca e burra.
3- Quais suas qualidades?
Eu disse criativa, dedicada e fofa (zoera esse último Kk), mas deveria ter falado que não sou margarina pra ter QUALIdades, ahua.
4- Por que você quer trabalhar aqui?
Inventei umas lorotas, mas a verdade é que eu queria responder " porque tô desempregada faz 19 anos e tô sem dinheiro pra sair de casa". Simples.
5- Você tem realmente interesse em trabalhar aqui?
Eu queria falar que não, mas né...
Aí foram outras perguntas, arrasei na parte escrita, mas aí tinha um teste de matemática, OH WAIT. q. Sem comentários dessa parte porque dói meu coração de lembrar.
Então eu meio que fiz as coisas tremendo, senti minha boca seca e essas coisas. Triste ser nervosa e ter probleminha. Mas bola pra frente. Vi o que os estagiários fazem, de cortar a alma, viu. risos
Ok, essa acabou. Partiu, segunda entrevista. Mais um ônibus meio zoado, só que consegui sentar. Cheguei no lugar descabelada de novo, DE NOVO. Subi a escada do prédio e perguntei sobre a minha entrevista, a mulher disse que era naquele lugar e depois sumiu, marcaram 15:30 e fiquei até 16:00 hrs esperando. Aí a minha mãe perguntou se eles tinham certeza que a entrevista era naquele dia ( sim, minha mãe parceira nas cagadas foi comigo e usei ela pra fazer pressão nas pessoas) e ela disse " CALMA, FLOOOOOOOOR, É AQUI SIM ". Oi? Flor? OIIIIIIIII?????? Então os entrevistadores chegaram e eu já tava quase dormindo. A entrevistadora falou: nossa, chegou cedo. Deu vontade de responder: por que você não olhar a hora das entrevistas no seu caderninho, tá me fazendo de palhaça? Mas eu apenas sorri e me controlei. Cheguei na sala, pensei que tivesse sendo entrevistada por policias que queriam descobrir quais drogas eu vendia. A mulher começou a perguntas as mesmas coisas clichês e eu demorava uns 5 segundos pra lembrar o que respondi na outra entrevista. Copiava e colava. Funciono assim. Até que ela mandou outro teste de matemática, até quando? Mas respondi de boa, a anta aqui não estava mais nervosa. Do nada descobri que o negócio era pra ficar no telefone, cobrando as pessoas, rs. Sabe telemarketing? E como eu adoro falar no telefone -NOT... A mulher não me obrigou a simular uma conversa no telefone cobrando uma velha, gente? Apenas imaginem. Foi mais ou menos assim:
ela: alô, quer falar com quem?
eu: olá, gostaria de falar com fulana sobre o pagamento tal.
ela: que pagamento nums ei o que
eu: senhora, o pagamento tal(não lembrava direito o nome da empresa, gaguejei)
ela: que pagamento etc o que acontece se eu nao pagar
eu: senão a senhora vai pro spc!!!!!!( sim, eu disse isso, não sabia o que falar)
E aí a conversa andou, o que foi uma vergonha. Eu inventando informações da empresa, quase falei o nome de outra que era parecida e gaguejando. Daquele jeitinho brasileiro.
Mas foi isso aí. No final a mulher soltou um riso falso e acabou.
BOLA PRA FRENTE, VIDA QUE SEGUE.
Rumo ao desemprego 2012. Fabielle, eu escolho você.
Beijos, gente.