Orgulho anoréxico.

Olhem a imagem abaixo:

Agora imaginem uma pessoa mais magra. Imaginaram? Parabéns, Brasil. Vocês acabaram de pensar em mim. Só não coloquei uma moça mais magra aí em cima porque seria muito chocante para a sociedade.

Tá que o título ORGULHO ANORÉXICO não tem nada a ver. Primeiro porque eu não sou anoréxica, segundo porque eu não me orgulho por ser magra. Só curti o título, #douradofeelings. É, sou sensacionalista e queria que todo mundo clicasse aqui sim.

Vamos ao meu drama ( mais um por sinal ) . Posso escrever um livro já, imagino metade da população depressiva que não tem coragem de se matar se MATANDO quando acabar de ler, mas ok.

Todo mundo fala que ser magro é magnifico, que não existe preconceito com pessoas magras, pois a sociedade AMA quem é magro e ser assim é o que há de bom. Vocês estão enganados, queridos. Primeiro que ninguém gosta de alguém MAGRO, MAGRO, BEM MAGRO. O pessoal gosta de quem tem um corpo saudável, principalmente os homens, então isso significa que eles gostam de mulheres gostosas, que é igual a peito e bunda. As modelos são uma excessão, porque são ricas, magras e tem dinheiro pra se vestirem da melhor forma possível, melhorando sua imagem. Além de serem consideradas pela ~high society~ LINDAS DE MORRER, porque estão no mundo fashion da moda. Já as pessoas da classe social da Geyse, não curtem isso. Então agora começo a contar os preconceitos que sofri nessa "Vidas secas" (saudade desse livro).

Tudo começou na minha flopada infância. Desenvolvi problemas no estômago e não conseguia engordar. Com a utopia de uma vida mais cheia que nem a do Faustão, eu comia bastante e passava mal. Eu olhava as crianças da escola, da minha rua e me sentia um palito com a cabeça maior que a de um capacete feito para o Wayne Rooney (favor pesquisar no google). O tempo passava e eu ficava tããão igual. Todo mundo estava desenvolvendo seus corpos de formiga, menos eu, e é na escola que tudo começou. Maldita seja a pré-adolescência. Crianças chatas, nojentas, que começavam a se interessar umas pelas outras e passavam piolhos pras cabeças alheias. Elas chegavam em mim e diziam: " Nossa, como você é magra " Às vezes eu respondia: " Nossa, como você é burra " Mas acho que a capacidade intelectual delas não permitia a compreensão, então ficavam com cara de HÃ pra mim. Tudo bem que desde pequena eu tinha vontade de mandá-las pra puta que pariu, sim já era mal educada, mas evitava porque senão minha mãe me mandava pra puta que pariu. Enfim...
O tempo passava mais e mais, aí começavam as frescurites. " NOSSA, QUE MENINA MAGRA, PQP " Eu às vezes escutava um infeliz dizendo isso, dava vontade de chamar a mãe do tal de gorda e dizer que ela iria ter problemas cardíacos no futuro por causa disso. Eu parecia uma aberração para alguns, vai saber, né. Com meus 16 aninho, rsrsrsrs, era difícil alguém não perguntar se eu era anoréxica, principalmente alguns conhecidos da minha mãe, do meu pai. Falavam também que eu estava muito magra, que precisava tomar umas vitaminas, se eles queriam a receita daquela farinha da pastoral da criança, etc, etc... Olha minha cara de quem adorou os comentários. Também tinham aqueles que soltavam aqueles comentários do tipo " Sua filha tem anemia? " PORRA, BRASIL, EU FAÇO EXAME DE SANGUE TODO ANO, OK?
Porém, o mais ruim era na escola mesmo. Eu escutava a cambada de mulambentos falando que tal mina era gostosa, que essa era isso, que aquela era aquilo e, quando olhavam uma magrinha, soltavam um comentário maldoso do tipo " só osso, nuss, mina reta do carai, sai dai sabugo " Olhando, nem sempre, discretamente para mim. Nha. As meninas também jogavam muito meu nome na roda, fazendo brincadeiras, mas quando eu falava da mãe delas todas sentiam medo do meu poder da fúria.
Resumindo isso aqui, tem gente que pensa que só existe preconceito com os gordinhos, PORRA, MENTIRA. Os magrinhos sofrem demais também, com comentários maldosos e brincadeiras, ainda mais quando se é feio. Alguns acham que ser gordinho é hereditário e ser magrinho é uma escolha, não é bem assim.


Foi uma breve postagem, né? Não. Ou sim. Enfim, to indo comer algo bem leve, pra não passar mal depois, JÁ QUE EU TENHO POBREMA NO ESTROMBO!!

P.s: Que gordinho fofinho. *-* Que magrinho com cara de doente.

Beijos.